May 12, 2025

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A nova fronteira do valor: como empresas estão monetizando serviços além do produto

Do produto à experiência contínua

Durante décadas, o centro da criação de valor em muitas empresas esteve nos produtos — bens tangíveis, finalizados, entregues uma vez e pagos uma única vez. No entanto, a lógica de negócio baseada apenas em transações pontuais está sendo rapidamente superada por modelos que apostam na monetização contínua do relacionamento com o cliente.

Na nova fronteira do valor, vender um produto é apenas o começo. Empresas líderes estão transformando o pós-venda em um novo ponto de partida: elas oferecem serviços complementares, plataformas digitais, acessos exclusivos, dados como produto e relacionamentos recorrentes que ampliam a experiência do cliente e, ao mesmo tempo, diversificam suas receitas.

Por que monetizar além do produto físico?

  1. Crescimento baseado em recorrência
    Modelos como as a service e assinaturas garantem fluxo contínuo de receita, melhoram a previsibilidade financeira e favorecem a fidelização, já que o cliente se mantém conectado à marca ao longo do tempo.
  2. Criação de valor ampliado
    Serviços oferecem diferenciação mesmo em mercados com produtos similares. O suporte, a personalização e os dados gerados pela interação contínua criam uma proposta de valor difícil de copiar.
  3. Vínculo mais profundo com o cliente
    Quando empresas se tornam parceiras da jornada do cliente — e não apenas fornecedoras de um item — elas constroem relacionamentos de longo prazo, abrindo espaço para vendas cruzadas, recomendações e maior retenção.

Como as empresas estão expandindo seus modelos de monetização?

1. Serviços de assinatura integrados
Marcas como a Apple, além de seus dispositivos, oferecem uma série de serviços complementares — iCloud, Apple Music, Apple TV — gerando receita contínua após a venda inicial. Isso amplia a experiência do usuário e cria um ecossistema que ele raramente abandona.

2. Produtos com manutenção e suporte premium
No setor industrial, empresas como a John Deere evoluíram de fabricantes de tratores para provedoras de soluções agrícolas inteligentes, cobrando por manutenção digital, dados de desempenho e otimização contínua do equipamento.

3. Dados como produto
Plataformas como a Strava (fitness) e Climatempo (meteorologia) transformaram seus dados em ativos estratégicos, oferecendo acesso premium a informações analíticas ou vendendo insights para empresas interessadas em entender padrões de consumo e comportamento.

4. Experiência como diferencial competitivo
A Peloton, fabricante de bicicletas ergométricas, transformou o equipamento em um serviço de fitness por assinatura com aulas ao vivo e personalização, monetizando a motivação e o acompanhamento, não só o hardware.

5. Plataformas como serviço
Empresas como a Adobe abandonaram o modelo de licenças perpétuas e migraram para o modelo SaaS com o Adobe Creative Cloud, que garante receita contínua e atualizações constantes para os usuários.

O que é preciso para expandir a monetização por serviços?

  • Mentalidade orientada à jornada do cliente
    É necessário entender a vida útil do produto como parte de um ciclo mais longo, em que cada ponto de contato com o cliente é uma oportunidade de entregar valor e monetizar.
  • Capacidade digital integrada
    Plataformas digitais, automação, sistemas de CRM e análise de dados são fundamentais para estruturar ofertas recorrentes, acompanhar a satisfação e escalar os serviços com eficiência.
  • Reposicionamento do portfólio
    Empresas devem rever seu mix de produtos e serviços para identificar oportunidades de servitização — ou seja, converter funcionalidades ou dados em ofertas independentes que possam ser cobradas.
  • Transparência e valor percebido
    Para evitar frustração ou percepção de exploração, é essencial comunicar claramente o valor agregado dos serviços — e garantir que eles realmente ampliem os benefícios para o cliente.

A monetização por serviços complementares não é apenas uma inovação de modelo de receita — é uma forma de reposicionar a empresa como parceira contínua do cliente. Em vez de encerrar a relação na venda, ela se prolonga, se aprofunda e se adapta às novas necessidades. Empresas que exploram essa nova fronteira ganham resiliência financeira, intimidade com o cliente e capacidade de inovação contínua.

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